Vinte anos após abandonarem seus apartamentos no Residencial MEG IV, em Jardim Atlântico, Olinda, devido ao risco de desabamento, três proprietários finalmente assinaram acordos de indenização com a Caixa Econômica Federal. Cada um receberá R$ 120 mil como compensação, encerrando uma espera que durou duas décadas e marcou a vida de milhares de famílias pernambucanas que buscam moradia segura e digna.
A situação do MEG IV é apenas uma das muitas que afetam a Região Metropolitana do Recife, onde mais de 13 mil proprietários ou ocupantes de apartamentos em 431 prédios interditados e com risco iminente de desabamento aguardam por indenizações. A expectativa do Governo Federal é de que esses acordos beneficiem todas essas famílias.
Em 19 de julho, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, anunciou a demolição do Bloco A do MEG IV, o primeiro edifício condenado na lista de imóveis a serem indenizados. Segundo a governadora, o terreno onde ficava o bloco será destinado à construção de habitação social, oferecendo uma nova esperança para aqueles que perderam seus lares.
A Promotora de Justiça do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Maísa Oliveira, ressaltou os desafios enfrentados ao longo dos anos e a importância do acordo firmado. "Muitos viram o sonho da casa própria ruir e passaram anos sem perspectiva de resolução. A união de esforços entre as instituições foi essencial para alcançar esse acordo, que finalmente traz dignidade para essas famílias", afirmou.
Os acordos assinados são fruto de um compromisso homologado pela Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) em junho. A Caixa Econômica Federal assumirá os custos, que totalizam R$ 1,7 bilhão. A homologação final dos acordos pela Justiça Federal em Pernambuco (JFPE) e pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco ainda está pendente.
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