O próprio presidente Lula solicitou a integrantes do governo para que acelerem as negociações em relação as greves dos professores e servidores técnico-administrativos das universidades federais
Durante uma entrevista no programa "Bom Dia, Presidente", da EBC, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou sua preocupação com as recentes greves dos professores e servidores técnico-administrativos das universidades federais. Lula anunciou que o governo está preparando uma proposta para apresentar aos sindicatos ainda esta semana.
O presidente enfatizou que não vê com bons olhos essas paralisações e destacou o desejo do ministro da Educação, Camilo Santana (PT), de resolver a questão o mais rapidamente possível. Ao lado dos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação), Lula ressaltou a importância das negociações em andamento, lideradas pela ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, visando alcançar um acordo com os sindicatos representantes das categorias em greve.
"Estamos trabalhando para chegar a um acordo", afirmou Lula, reconhecendo as limitações orçamentárias do governo. Ele reiterou seu compromisso em manter a estabilidade no setor educacional, citando a necessidade de inaugurar escolas técnicas e visitar universidades sem serem afetadas por greves. O presidente, que já liderou greves no passado, defendeu a estratégia como um meio legítimo de reivindicação, porém, ressaltou a importância das negociações para resolver os impasses.
Cenário atual das greves nas Universidades Federais
Desde abril, a paralisação das categorias tem sido uma preocupação central para o governo, que busca uma solução que atenda às demandas dos servidores sem comprometer as finanças públicas.
O movimento conta com a adesão de 47 instituições federais de ensino, incluindo 40 universidades, cinco institutos e dois Centros Federais de Educação Tecnológica, todos com atividades paralisadas. Pelo menos outras quatro universidades públicas já têm datas previstas para o início das greves em maio.
Atualmente, o governo propôs um reajuste de 9% a partir de janeiro de 2025 e de 3,5% em maio de 2026, combinado com aumentos nos benefícios. Com o reajuste de 9% concedido no ano passado, os técnicos teriam uma correção média global de mais de 20% em suas carreiras.
No entanto, até o momento, as entidades representativas não demonstraram aceitação à proposta do governo. A principal reivindicação das classes é um novo reajuste nos salários ainda em 2024, solicitando um aumento de 22% até 2026, com parcelas de 7,3% ao ano.
A frustração dos grevistas se concentra na demora do governo em responder às propostas apresentadas pelas entidades representativas. Há um entendimento dentro da categoria de que o governo federal, que enfatizou uma forte bandeira voltada à Educação durante a campanha eleitoral, negligenciou o funcionalismo que atua nessas instituições.
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